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Gonçalves Dias

Posted on quinta-feira, 13 de março de 2008 by Vovó Sabe Tudo

Este nosso consagrado poeta, nasceu em Boa Vista, município de Caxias, Maranhão, em 10 de agosto de 1823, e morreu no naufrágio do navio "Ville de Boulogne", nas proximidades das costas do Maranhão, em 03 de novembro de 1864, aos 41 anos.

Era filho de pai português e de mãe mestiça. Os seus primeiros quinze anos foram passados em Caxias e São Luís do Maranhão. Matriculou-se na Faculdade de Coimbra, permanecendo em Portugal de 1838 a 1845. Formado em Direito pela tradicional Universidade, regressou ao Brasil. Permaneceu durante algum tempo no Maranhão, passando a residir no Rio de Janeiro. Nessa cidade, fundou o jornal literário "Guanabara", em 1849. A serviço do governo imperial, esteve na Europa de 1854 a 1858. Ainda em desempenho oficial viajou pelo Norte do Brasil, realizando importantes pesquisas.

A maior parte de sua obra foi produzida entre 1844 e 1854. Quando, em 1846, apareceram os seus "Primeiros Cantos", houve calorosa acolhida dos meios literários, que viam o surgimento de um poeta lírico inato.

Sua vida não foi das mais felizes. Aos seis anos viu-se separado de sua mãe. Adulto, pretendeu casar-se com uma jovem de família branca mas viu seu pedido recusado porque era um mestiço. Casou-se então por conveniência, mas esse casamento só lhe deu dissabores.

Em 1862, seguiu para a Europa em busca de melhora para sua saúde. Em 1864, tendo o governo imperial cortado o subsídio que concedia ao poeta, resolveu Gonçalves Dias retornar ao Maranhão. Foi a única vítima do naufrágio do "Ville de Boulogne".

Algumas de suas obras:
* Primeiros Cantos;
* Segundos Cantos;
* Últimos Cantos;
* Brasil.

Gonçalves Dias foi o consolidador de nosso Romantismo e o primeiro grande poeta genuinamente brasileiro, introduzindo na nossa literatura o verdadeiro indianismo, ou seja, exaltação do elemento indígena como o bom selvagem, dono da terra, que se vê traído e degradado por obra do invasor, o português.

Nome completo: Antônio Gonçalves Dias.

Uma de suas obras mais conhecidas é o poema "Canção do Exílio" que segue transcrita abaixo:

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

Coimbra – julho de 1843

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